3.5.05

Mensagem na garrafa


Como já expliquei, “Akashi” foi escrito pra ser uma experiência. De modo algum houve uma motivação narcisista ou coisa semelhante. Mas aconteceu uma coisa interessante. Leitores, e mesmo alguns amigos, passaram a me questionar com respeito a questões de fé, assunto que não costumo discutir com ninguém.

As pessoas tendem a reduzir seus circunstantes a personagens compreensíveis e é curioso como a descoberta de facetas discretas desses circunstantes pode desconsertar o indivíduo. No meu caso específico, alguns ex-colegas de trabalho me achavam muito “executivo” para isso (seja lá o que isso signifique) enquanto aqueles que me conheciam apenas de ocasiões informais diziam não imaginar esse lado introspectivo.

Curioso também como as pessoas necessitam remodelar rapidamente os personagens atribuídos aos outros para que se sintam confortáveis. Em alguns casos, a descoberta dessa faceta espiritualista levou a uma opinião mais generosa, atribuindo profundidade onde se enxergava superficialidade. E em outros houve o oposto. A postura mais instigante foi de um antigo colega da área de tecnologia, possuidor de um ceticismo ácido, que teve que ser convencido –coisa que detesto fazer – de que eu não havia desenvolvido nenhum distúrbio de personalidade ou deficiência mental idiotizante, como se qualquer tipo de fé fosse atributo de mentes mais simples e submissas.
Então, como quem lança uma garrafa com uma mensagem ao oceano, vou postar aqui algumas considerações sobre esse assunto. Acredito que devo aproveitar todas as chances de aprender. Jamais imaginei, entretanto, que parte desse aprendizado pudesse ser público...

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