4.5.05

O processo criativo de Akashi


Antes de Akashi havia outra história, passada em um grande centro urbano, que tinha uma médica como personagem central. Após alguns eventos, ela consultava um personagem secundário, que morava em uma ilha bucólica.

Se você leu Akashi, já identificou esses personagens. Percebeu também que eles trocaram de lugar em termos de importância, dentro da história atual.

Quando tive a idéia de reescrever o livro original, houve algumas questões a serem resolvidas.

Em ambos eu usei idéias tiradas de vários sistemas simbólicos antigos, como o hermetismo e a magia cerimonial. Eu não inventei esses conceitos. Mesmo os “efeitos especiais” das histórias são teoricamente possíveis. Mas com oito anos de estudos (teóricos) desses sistemas a compreensão sobre alguns fenômenos mudou. E aí tive que mudar grande parte do argumento do livro.

Também me interessava adequar a estória a um público-alvo diferente. Um projeto paralelo se desenvolvia, a Associação Desafio, e entendi que ambos teriam o mesmo público-alvo, adultos jovens com alto nível educacional e perfil humanista. O interessante é que, a principio, achei que não conseguiria fazer essa adequação. Qual não foi minha surpresa quando ela se deu de maneira absolutamente natural. Isso se explica pelos diferentes momentos da vida em que escrevi essas histórias. Dez anos atrás era um engenheiro recém-formado vivendo o final da década yuppie, e focado totalmente em desenvolver minha carreira, como a personagem principal da história original. Dez anos depois, e um pouco mais experiente, estou mais preocupado com meu desenvolvimento integral.

A parte divertida é criar os personagens. Traços meus e de vários amigos podem ser encontrados misturados ao longo da história. A pobre senhora Cumming leva o sobrenome de um amigo de infância que mora de fato em Londres. Paget é o sobrenome de outro amigo, colega de viagens de mergulho. Julie é uma boa lembrança do passado...

A parte complicada é amarrar o enredo. Já me levantei à noite mais de uma vez por não concordar com uma determinada passagem do livro. “Esse personagem jamais faria isso!”. Aí não tem jeito, é levantar e alterar a história. Só depois voltar a dormir.

Também equilibrar a estória foi difícil. A passagem que chamo de “história da magia” encanta alguns leitores, enquanto outros a julgam pesada. Mas sem ela o livro pareceria “harry potter pra adultos” e aí não teria graça. Além do que levei muito tempo pesquisando as informações lá expostas. E mesmo assim eliminei quase trinta páginas desse assunto. Obviamente não cabiam em uma história que tinha originalmente 240 páginas. Lembro que, com letras normais e margens decentes, Akashi teria em torno de 170 páginas. Mas demos um jeitinho de reduzir o custo final da primeira edição. Não deu pra reduzir mais o tamanho da letra porque teríamos que vender uma lente de aumento com o livro...

E como o enredo cresceu demais, deu origem a mais duas histórias, que estão sendo finalizadas. Mais noites mal dormidas...

3 Comments:

At 1:59 AM, Anonymous Anônimo said...

Desejo muita sorte nos seus projetos futuros. Se mudar de idéia com relação ao livro, me passa um e-mail que eu te empresto com o maior prazer.
amorimchris@yahoo.com
Até a próxima!

 
At 11:08 AM, Anonymous Anônimo said...

Excelente!!! Fico muito grata por você ter um projeto como esse. Adorei o livro. Li, primeiramente pela internet, após fazer o download mas, com certeza irei comprá-lo. O final é realmente intrigante e estou ainda tentando entender o que aconteceu. Há muito tempo não lia algo tão bom. Parabéns!!!

 
At 11:11 AM, Blogger Leivison Dias said...

Ainda não li mas lendo seu outros posts, fiquei muito curioso sobre o livro. Quando terminar de ler deixarei um comentario

 

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